No passado dia 26 de Setembro celebrou-se o dia de São Cosme e São Damião, padroeiros dos farmacêuticos. Nesse dia é também comemorado o Dia Nacional dos Farmacêuticos, pelo que fomos falar com a Dra. Cristiana Soares, farmacêutica e delegada da Associação Nacional de Farmácias para o círculo do Concelho de Cascais, em Portugal. O resultado é o artigo seguinte, que aborda tanto o papel dessa Associação para a atividade farmacêutica em Portugal como alguns pontos onde o retalho se relaciona com a indústria. Leia tudo aqui!
O sector farmacêutico é muito regulado e, também nas farmácias, isso é sentido. Legislação, normas e vários decretos regulam a atividade farmacêutica, uma situação ainda mais exacerbada se pensarmos na variedade de produtos disponíveis nas farmácias portuguesas. No caso da Dra. Cristiana, a sua grande ajuda é um sistema informático bem concebido, que emite alertas para a legalidade, ou não, de cada ato farmacêutico, desde as regras para cada categoria de produto até informar se esses fármacos podem estar acessíveis ao público. Por outro lado, a Associação Nacional de Farmácias (ANF) tem também um papel vital na vida das farmácias portuguesas.
A ANF é uma associação empresarial, que tem um papel muito importante no funcionamento das farmácias, já que representa os proprietários de farmácias e os ajuda, em aspetos que vão desde a consultoria laboral até ao cumprimento da legislação. “É o órgão que representa as farmácias, nos informa sobre decretos novos que saiam e também nos representa em reuniões com o ministério da saúde ou outros órgãos sociais”, informou-nos a Dra. Cristiana. Mais, a ANF tem uma serie de serviços, jurídicos e informáticos, que fornece aos seus associados, de forma a que as farmácias funcionem como uma rede. No entanto, a sua face mais visível é como “órgão representativo perante todas as outras entidades”, uma função vital num dos sectores de mercado mais regulamentados.
Percebe-se assim a importância desta associação para a atividade farmacêutica, que vai desde os pontos citados até ao próprio abastecimento. Nomeadamente, os medicamentos vendidos nas farmácias têm que ter um código de autorização do Centro de Informação do Medicamento e Intervenções em Saúde (CEDIME), um órgão da ANF. Este código “dá-nos a segurança de que podem ser vendidos, que têm controlo de qualidade”, explicou-nos a Dra. Cristiana. É uma forma de obedecer aos requisitos do INFARMED, o organismo estatal que, em Portugal, rege a atividade farmacêutica. Esses requisitos são variados e dependentes de uma legislação em constante mudança, pelo que o apoio da ANF é vital para o bom funcionamento das farmácias.
O código CEDIME permite a integração dos dados de várias fontes na gestão de cada farmácia, uma valência que faz parte do quotidiano do sistema farmacêutico português. De facto, a recolha de dados, que abrange aspetos tão diversos como os registros dos hidro-termometros ou o registo do armazenamento e arrumação do stock, é verificada, em inspeções periódicas a que todas as farmácias estão sujeitas. Normalmente, os medicamentos são catalogados através de um QR Code, de forma a que possam serem localizados e controlados desde a fabricação, passando pelo armazenamento, retalho e consumidor final. Essa integração permite o rastreamento dos lotes e, consequentemente, a retirada do mercado de produtos não conformes.
Quanto à caracterização do mercado farmacêutico português, a Dra. Cristiana Soares informou-nos que os medicamentos sujeitos a receita médica são o segmento com mais volume de negócio. No entanto, existem produtos não sujeitos que também têm muito peso, como os anti-gripais, analgésicos ou laxantes. A beleza e dermo-cosmética, a puericultura ou a ortopedia também são expressivos, mas principalmente como complemento. Existem ainda serviços extra, como a nutrição, a administração de injetáveis e os testes rápidos, que fazem parte da oferta das farmácias. Finalmente, entre os produtos mais vendidos estão o paracetamol, produtos para o colesterol e também para a diabetes.
A RC REDOL agradece a colaboração da Dra. Cristiana Soares, já que ficámos com uma noção mais precisa de como se processa a entrega de medicamentos ao público. De facto, esta informação não é regularmente abordada na imprensa sectorial ligada à indústria, pelo que estamos certos que também os nossos clientes, parceiros e o público em geral, ganharam hoje uma compreensão renovada desta atividade fulcral na vida moderna.
RC REDOL, abre horizontes!